Ferramentas práticas para precificar os serviços contábeis, a exemplo da lâmpada de Thomas Edison, tem sido a súplica dos colegas, mas, por algum motivo, ela não é descoberta ou ainda não conquistou a credibilidade da classe. Colocar em prática uma boa ideia é mais difícil do que se pode imaginar. O processo de inovação necessariamente começa na imaginação de uma pessoa imbuída de espírito criativo que consegue visualizar os benefícios que sua invenção poderá trazer. Esta primeira etapa ocorre com muita frequência com quase todas as pessoas, mas poucas conseguem ultrapassar a linha de chegada, ou seja, colocá-las em prática. Sabemos que grandes ideias não colocadas a serviço da sociedade nada mais são do que simples imaginação. “Na Inglaterra, em 1808, Humphry Davy utilizara uma grande bateria para demonstrar à Royal Society que era possível produzir luz a partir da eletricidade de duas maneiras: induzindo uma forte corrente através de uma abertura, criando um arco luminoso, ou aquecendo um elemento até que transmitisse uma luz quente – incandescente”. Naquele momento, no entanto, não foi possível colocar este brilhante invento à disposição das pessoas. Em 1878, portanto, 70 anos depois, havia pelo menos 20 indivíduos tentando criar uma lâmpada incandescente prática, mas foi Thomas Edison quem conseguiu construir uma lâmpada confiável, que pudesse ser comercializada, e iluminou o mundo. O sucesso em colocar uma antiga ideia em prática fez com que o mundo acreditasse que seja ele o inventor da lâmpada. A história se repete, pois há anos os empresários contábeis vêm esforçando-se para criar uma metodologia confiável para precificar os serviços contábeis e controlar a lucratividade por serviço e por cliente. Sabemos que muitas metodologias já foram estudadas e ferramentas desenvolvidas, mas nenhuma foi considerada confiável e prática para adoção em larga escala pelos empresários contábeis. Será necessário maior aprofundamento na metodologia e evolução das ferramentas já disponíveis no mercado? Falta empenho dos empresários contábeis para conhecê-las? Ou há necessidade do envolvimento das associações da classe empresarial contábil para contribuir na criação da metodologia e, especialmente, na sua divulgação? Em maio deste ano, a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) decidiu abraçar esta campanha e afirma que criará uma comissão permanente de estudo. Assim, quem sabe em breve, a Fenacon coloque esta nova lâmpada disponível no comércio, ou seja, disponibilize uma metodologia prática para facilitar a árdua tarefa de formar o preço de venda justo. O mundo dos empresários contábeis anseia por uma luz eficiente, tão prática como a de Edison, mas torce para que não seja necessário esperar 70 anos para que ela seja concedida para uso em massa.
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